‘Bolsonaro preso ou não, seguirá como cabo eleitoral’, diz Maria do Carmo
Manaus (AM) – A pré-candidata ao governo do Amazonas, Maria do Carmo Seffair (PL), afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro será um dos principais cabos eleitorais nas eleições de 2026 no estado, “esteja livre ou preso”. Em entrevista ao quadro “Com a Palavra”, do portal Em Tempo, a empresária reforçou sua posição de direita e […] O post ‘Bolsonaro preso ou não, seguirá como cabo eleitoral’, diz Maria do Carmo apareceu primeiro em Portal Em Tempo.

A pré-candidata ao governo do Amazonas, Maria do Carmo Seffair (PL), afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro será um dos principais cabos eleitorais nas eleições de 2026 no estado, “esteja livre ou preso”. Em entrevista ao quadro “Com a Palavra”, do portal Em Tempo, a empresária reforçou sua posição de direita e destacou que o eleitorado conservador terá peso decisivo no pleito.
Na conversa, Maria do Carmo também falou sobre o plano de governo voltado para o interior, as críticas à “velha política”, propostas para infraestrutura, saúde e educação, além da expectativa de resgatar o Amazonas “do atraso” com gestão e geração de oportunidades.
Confira a entrevista na íntegra
ET: A senhora começou sua pré-campanha pelo interior bem antes dos outros pré-candidatos. Qual foi a estratégia por trás dessa decisão?
Maria do Carmo: Na verdade, não. Para onde a gente olha se percebe que o cenário 2026 está sendo amplamente discutido e que os pré-candidatos estão se movimentando, talvez, aqui no Amazonas, um pouco mais que em outros lugares do país. Conheço bem o interior, nossa empresa está em 42 municípios, mas agora olho não como de empresária, mas com o olhar de quem quer mudar a política no Amazonas e levar oportunidade para todos. Nosso desejo é resgatar o Amazonas da velha política que promete, promete, mas não se propõe a ouvir as pessoas. Estamos conhecendo a fundo as potencialidades de cada região, porque nossa meta é fazer um grande de governo para tirar o Amazonas do atraso.
ET: Sobre os resultados das pesquisas divulgadas no Amazonas. Como pretende se diferenciar dos demais candidatos e conquistar o eleitorado?
Maria do Carmo: Tenho dados que mostram que 6 a cada 10 amazonenses querem a mudança, ou seja, não querem mais o que está aí, ouvir as mesmas promessas, das mesmas pessoas e nada mudar. Venho com um legado de realizações, mesmo sem nunca ter mandato. A Fametro está presente no interior onde o poder público não alcançou, levando ensino de qualidade e transformando a vida de muitos jovens. Vamos reabrir o hotel Tropical este ano e nossa expectativa é de também entregar a Santa Casa de Misericórdia em 2027, gerando riqueza para o Amazonas e mais emprego para as famílias. Que outro candidato ou pré-candidato já fez tanto antes de entrar para a política?
ET: A senhora tem buscado alianças para fortalecer sua candidatura. Já existe alguma definição de partidos ou lideranças que estarão ao seu lado em 2026?
Maria do Carmo: Essa definição será feita pela Executiva Nacional e pelo nosso Diretório Estadual, mas certamente toda aliança será feita no sentido de fortalecer a direita e resgatar o Brasil e o Amazonas do atraso.
Cabo eleitoral
ET: Qual será o peso do apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro na sua campanha?
Maria do Carmo: Sou uma pessoa liberal e de direita, sempre fui. E, em Manaus, temos um capital eleitoral muito grande de conservadores, que certamente estarão caminhando conosco. Bolsonaro, sendo ou não candidato, livre ou preso político, terá grande importância nas eleições em todo país. Isso é inegável. O cenário, na maioria, será polarizado.
ET: A senhora acredita que os extremos (direita e esquerda) podem ajudar ou atrapalhar o desenrolar do pleito?
Maria do Carmo: A polarização é inevitável, nesse sentido é preciso se posicionar. Vimos nas eleições passadas que quando chega o momento do pleito o eleitor não quer pessoas que ficam em cima do muro, acredito que este ano não será diferente, ainda mais com eleição presidencial.
ET: O interior cresceu em número de eleitores, quase se igualando aos votos da capital, o que pode fazer toda a diferença no próximo pleito. Qual será a estratégia para conquistar o eleitorado do interior?
Maria do Carmo: Se Manaus mostra que quer mudança, imagina o interior que tem sido abandonado por consecutivos governos. Vamos levar nossa mensagem de renovação e de esperança para todos os municípios. As pessoas estão carentes de tudo, o que vamos mostrar é que a mudança que tanto querem só depende de cada um. A gente vai libertar o interior do Amazonas da escravidão da velha política. Não se resolve novos problemas com soluções antigas. É por isso que o Amazonas quer mudança.
Lições e perspectivas
ET: Em 2024, a senhora disputou a eleição municipal como vice-prefeita ao lado do deputado federal Capitão Alberto Neto. O que aprendeu com essa experiência eleitoral?
Maria do Carmo: Toda experiência é válida e fizemos uma campanha muito bonita. O que trago dela é o desejo de mudança da população, trago a coragem para enfrentar o sistema e grupos que se acham donos de Manaus e do Amazonas. A gente plantou uma semente em que vai dar bons frutos em 2026.
ET: Caso chegue ao governo, qual será sua prioridade logo nos primeiros 100 dias de gestão?
Maria do Carmo: Vamos dar um choque de gestão, porque são tantos problemas que não dá para resolver um de cada vez. Vai ser preciso uma frente ampla e integrada, isso é gestão. Agora tudo que formos fazer terá um núcleo: as famílias. Essa será a base central dos nossos trabalhos, levar dignidade para as famílias, olhar para as pessoas e criar oportunidades.
Transparência
ET: Nas suas redes sociais, a senhora tem feito críticas constantes à saúde, educação e às obras inacabadas. Se fosse governadora hoje, quais medidas imediatas tomaria nessas áreas?
Maria do Carmo: Transparência nos gastos públicos. Já percebeu que onde falta transparência sobra corrupção. Vamos resolver os problemas com muita ética e muito respeito, aplicando o dinheiro onde se deve. Temos projetos para todas as áreas, que serão apresentados no momento certo, mas vamos começar fazendo uma revisão em contratos, valorizando profissionais como médicos e professores, vamos ordenar as despesas e priorizar investimentos, fazer parcerias público-privadas para zerar filas de exames e consultas, por exemplo, entre outras iniciativas.
ET: O Amazonas enfrenta desafios na infraestrutura, especialmente no interior. Quais projetos a senhora pretende apresentar para melhorar a mobilidade, a logística e os serviços básicos nessas regiões?
Maria do Carmo: Tenho dito que terei dois planos de governo: um para Manaus e outro para o interior. Nesse sentido, o que mais ouço nos municípios que já visitei é a necessidade de melhorias nas estradas, ramais e vicinais. Temos um potencial muito grande para produção a rural, para o agronegócio, mas além da falta de incentivo e de capacitação, temos um problema sério que é a péssima condição das nossas estradas, que inviabilizam o escoamento em maior escala do que é produzido. Já estamos realizando um levantamento, junto a técnicos e profissionais renomados, para criar um plano de recuperação das estradas do Amazonas, que passa pela parceria com as prefeituras, governo federal e iniciativa privada, além da criação de plano de desenvolvimento para o interior que envolve agricultura, pecuária, turismo e outras potencialidades. Não dá mais para aceitar que nossa população, que o povo do interior, seja escravo da política. Para se ter ideia, há locais em que se faz rodízio de empregados nos órgãos da prefeitura e do governo. Mudar é urgente!
ET: A Zona Franca de Manaus é um pilar econômico do estado, mas também sofre críticas. A senhora pretende propor mudanças no modelo?
Maria do Carmo: A Zona Franca precisa de incentivo do governo estadual para implantação e ampliação de novos negócios. Isenções, linhas de crédito, sem dúvida melhorar a logística, tudo isso implica na manutenção do modelo. Mas, o que quero mesmo é possibilitar a criação de novas matrizes completares, como o agronegócio e o turismo, que têm um potencial gigantesco e são ignoradas.
Atrair a juventude é essencial
ET: Como pretende dialogar com a juventude, que tem se mostrado cada vez mais crítica e exigente em relação aos políticos?
Maria do Carmo: Trabalho com jovens a minha vida toda e o que eles querem é oportunidade da crescer. Trabalho desde os 15 anos, fui professora, vendi brigadeiro, passei para concurso público, até decidir empreender por conta própria. Aprendi cedo, com exemplos do meu pai e minha mãe, a importância do estudo e o valor do próprio dinheiro. A gente vai resgatar a esperança dos jovens, vai fazer acreditarem que podem alcançar todos os seus sonhos com estudo e dedicação. É possível e quero poder dar todas as ferramentas necessárias para que realizem tudo aquilo que desejam de bom. Educação, sem dúvida, é a chave para a transformação da sociedade.
ET: O que a senhora enxerga como o maior desafio para o Amazonas nos próximos quatro anos?
Maria do Carmo: Nosso desafio é tirar o Amazonas do atraso. Somos um estado rico, maior floresta, maior rio, maior biodiversidade, com um povo pobre. O mundo inteiro reconhece o potencial do Amazonas, mas nossos governos negligenciam, e pior, tem gente que ganha com o atraso do nosso povo. É contra isso que vamos lutar! Foi isso que me motivou a entrar na política, o sentimento de indignação de saber tudo que podemos ser e não somos, ver que se o Amazonas fosse governado com seriedade, seria uma das regiões mais estratégicas do Brasil. Vamos devolver o Amazonas aos amazonenses e com a nossa força de trabalho fazer um Estado realmente próspero.