BR-319: A ponte caiu. E a vergonha também.

BR-319: A ponte caiu. E a vergonha também.

Quase três anos depois do desabamento de pontes na BR-319, no Amazonas, o que ruiu de vez foi a paciência da população.

O governo prometeu, contratou, assinou papelada, tirou foto de capacete branco — e fez o quê? Nada.

Só falta o DNIT inaugurar a poeira.

As pontes desabaram em 2022, deixando mortos, feridos e um legado de promessas tão firmes quanto as estruturas que foram ao chão.

A empresa J Nasser Engenharia foi contratada em regime emergencial por módicos R$ 43 milhões. Emergencial, veja bem. Mas o que se viu foi uma emergência com cronograma de tartaruga em férias. Aí o DNIT encerrou o contrato em 2024. Surpreso? Só quem acreditou que “agora vai”.

O deputado Rozenha soltou o verbo: “Dois anos e nada foi feito!” A gente só não sabe se ele estava falando das pontes ou do histórico de eficiência da autarquia.

Já Dan Câmara, com sua lupa parlamentar, descobriu que o Ministério dos Transportes criou um grupo de trabalho — sem representantes do Amazonas. Porque, claro, é muito mais fácil discutir os problemas da Amazônia tomando um cafezinho em Brasília do que ouvindo quem vive a realidade.

E os impactos? Bem, se o objetivo era isolar comunidades, dificultar o abastecimento, atrasar o escoamento da produção e colocar vidas em risco... parabéns, missão cumprida com louvor. Faltam só os troféus para o descaso.

Mas calma, tem uma boa notícia: em abril de 2025, o DNIT finalmente começou a mexer numa das pontes. A obra avança, devagarinho, como quem não quer atrapalhar o mato que cresceu no lugar do progresso.

Enquanto isso, o povo do Amazonas segue com a BR-319 como está: um símbolo nacional do "deixa pra depois". A ponte caiu. A confiança também. Só falta o senso de vergonha.