Com risco de cassação por fraude em cota de gênero, vereadores de Manaus se manifestam

Os vereadores Elan Alencar (Democracia Cristã – DC), Jaildo Oliveira (Partido Verde – PV), João Paulo Janjão (Agir) e Zé Ricardo (Partido dos Trabalhadores – PT) estão na mira da Justiça Eleitoral por suspeita de fraude na cota de gênero durante as eleições de 2024 em Manaus. O caso, que tramita na 62ª Zona Eleitoral, […] O post Com risco de cassação por fraude em cota de gênero, vereadores de Manaus se manifestam apareceu primeiro em Rede Onda Digital.

Com risco de cassação por fraude em cota de gênero, vereadores de Manaus se manifestam

Os vereadores Elan Alencar (Democracia Cristã – DC), Jaildo Oliveira (Partido Verde – PV), João Paulo Janjão (Agir) e Zé Ricardo (Partido dos Trabalhadores – PT) estão na mira da Justiça Eleitoral por suspeita de fraude na cota de gênero durante as eleições de 2024 em Manaus.

O caso, que tramita na 62ª Zona Eleitoral, pode culminar na cassação dos mandatos dos parlamentares, além da anulação dos votos e redistribuição das cadeiras na Câmara Municipal de Manaus.

A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), que identificou indícios de fraude no cumprimento da cota mínima de 30% de candidaturas femininas, exigida pela legislação eleitoral.

Segundo o MPE, os partidos Democracia Cristã (DC), Avante, Agir e a Federação Brasil da Esperança (formada por PT, PCdoB e PV) teriam utilizado candidaturas fictícias, as chamadas “candidatas laranjas”, para simular o cumprimento da exigência legal.

Vereadores se defendem 

Diante da repercussão do caso, os vereadores citados se pronunciaram nesta terça-feira (13/5) em entrevistas na Câmara Municipal de Manaus. Elan Alencar (DC) afirmou estar tranquilo e confiante na decisão da Justiça.

“Eu, de certa forma, estou muito tranquilo em relação a isso. É uma questão que a Justiça vai definir. Eu, particularmente, não sabia o que estava acontecendo lá no início, depois eu fui sabendo no decorrer do processo. A gente vai trabalhar para manter o nosso mandato”, declarou Elan.

“O partido sempre lançou candidatos de verdade. Estão querendo criar esse factoide para induzir o MP a dar um parecer desfavorável. Fizemos campanha limpa e não vamos nos intimidar”, disse o vereador.

O petista Zé Ricardo alegou não ter qualquer envolvimento com as supostas fraudes. “Eu nem dirigente sou. Não tenho nada a ver com isso aí”, afirmou. No entanto, o parlamentar ressaltou que aguardará a decisão da Justiça. “Se há dúvida, é ela quem decide”, completou.

Em nota, o vereador João Paulo Janjão (Agir) também negou irregularidades.

“O processo está disponível para todos que quiserem analisar. Afirmo que o Partido Agir não cometeu qualquer irregularidade eleitoral. Nossos advogados estão acompanhando o caso de perto e tomando todas as providências legais cabíveis. Confiamos plenamente na Justiça e na transparência do processo”, garantiu Janjão.

MPE aponta uso de candidatas fictícias 

O Ministério Público Eleitoral (MPE) sustenta que as legendas DC, Avante, Agir e a Federação Brasil da Esperança cometeram fraudes ao registrarem mulheres como candidatas apenas para cumprir a cota de gênero, sem que elas participassem efetivamente do processo eleitoral.

De acordo com os pareceres obtidos pela Rede Onda Digital, o partido Agir teria registrado duas mulheres como candidatas fictícias, sem movimentação de campanha ou obtenção de votos significativos. Em razão disso, a Promotoria pediu a cassação dos diplomas, a nulidade dos votos e a declaração de inelegibilidade das envolvidas por oito anos.

No caso da Federação Brasil da Esperança, uma candidata recebeu apenas seis votos, não declarou gastos de campanha e não realizou nenhum tipo de atividade eleitoral. Diante dos indícios de irregularidades, o MPE solicitou a cassação de todos os eleitos pela coligação, a anulação dos votos e a redistribuição das vagas, além da inelegibilidade da candidata pelo período de oito anos.

A situação mais grave, segundo o Ministério Público, envolve o Democracia Cristã (DC). Conforme apontado nos pareceres, o partido teria registrado um homem como se fosse mulher para inflar artificialmente a cota feminina. Além disso, outras seis mulheres registradas como candidatas não abriram contas bancárias de campanha e não participaram das eleições de maneira ativa.

Diante das evidências, o MPE solicitou a cassação do registro da chapa, a anulação dos mandatos obtidos pelo DC e a declaração de inelegibilidade dos envolvidos por oito anos.

Mandatos em risco e redistribuição de cadeiras 

O caso segue em tramitação na Justiça Eleitoral do Amazonas. Caso o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM) acate os pedidos do Ministério Público, os vereadores Elan Alencar (DC), Jaildo Oliveira (PV), João Paulo Janjão (Agir) e Zé Ricardo (PT) poderão ter seus mandatos cassados. Além disso, os votos recebidos por suas chapas seriam anulados e as cadeiras redistribuídas conforme a nova contagem dos quocientes partidários.